sábado, 30 de abril de 2011

Almas Públicas: um copo de cerveja e um pandeiro na mão…

Em parceria com o QUADRO A QUADRO

Aos vinte e poucos anos eu tinha o cabelo comprido, a orelha cravejada de brincos e passava as noites ouvindo rock e bebendo cerveja num inferninho qualquer. Para piorar, fazia teatro. Confesso: eu era um estereótipo ambulante.

capaMeu ingresso no Teatro Popular União e Olho Vivo, no começo de 2000, descortinou-me um mundo improvável, que eu nunca havia observado, apesar de ter crescido nele.

Um mundo onde a cultura popular é muito mais forte e influente do que uma canção do Roberto ou uma novela da Globo. Foi no União e Olho Vivo que aprendi a ouvir as vozes gritadas na periferia mas pouco ouvidas no Centro. Meu conceito – acadêmico, obtido na Faculdade de Belas Artes – do que era ou não arte virou de ponta cabeça.

E entre as muitas surpresas que tive uma delas se destaca, seja pela sua obviedade, seja pela sua inusitada aderência a um cara que é (ainda hoje) fã de Iggy Pop e Black Sabath: o Samba.

O samba é o resumo da raça e da arte. Não importa se está sendo acompanhado por uma caixa de fósforos ou por um conjunto de cordas de violinos: o samba tudo comporta. É a mais pura tradução do povo brasileiro.

Uma coisa que a indústria fonográfica não entende nessa sua incessante busca pelo lucro é que o samba não pode ser domado ou rotulado pela quantidade de brincos de diamantes ou de roupas caras que os recentes grupos de “samba” usam quando se apresentam no circo de aberrações que é a TV aberta no Brasil.

O samba – o bom samba – é muito mais do que isso.

É o copo americano de cerveja no canto da mesa e é o braço abaixado tocando um pandeiro. É aquela senhora que não é bonita, mas que quando samba naquele pagode em cima da laje, na casa sem reboco, se torna a coisa mais linda da festa. O samba é a cabeça do sambista ninando no corpo da cuíca.

E foi com esse sentimento e lembrando dos belos versos de “Samba da Antiga”, imortalizados na voz de Candeia, que voltava pra casa naquele dia. Em minhas mãos o recém devorado Almas Públicas, de Marcello Quintanilha (Editora Conrad, R$ 39,90). Pela janela a paisagem mudava rapidamente dos luxuosos prédios do Jardim Anália Franco, na região do caro bairro do Tatuapé, para a arquitetura caótica de Artur Alvim, já quase em Itaquera.

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Mundos cruzados num vagão superlotado. Os últimos finos pares de sapatos desceram na Estação Guilhermina Esperança. À partir dali, só casas alugadas e apertadas, coxinhas na padaria antes da aula, dois dedos de uma branquinha pra abrir o apetite, cachorros felizes rasgando sacos de lixo e sorrisos furtivos entre os reflexos dos vidros do ônibus. Um mundo onde as aparências importam menos do que um bom pagode ou do que uma verdade dita “na cara, pois aqui tem é homem, não tem moleque não”.

O meu mundo, aquele onde cresci e tenho orgulho de dizer que é meu.

Ao meu lado no vagão Acirzinho, o melhor beque do Rio de Janeiro, que começou a carreira lá na Cia Manufatora Fluminense de Tecidos. Do outro lado Macarrão, sambista dos bons que morreu em 1966.

Em pé na porta estava o Agnaldo, que mora lá no sertão da Bahia. Agnaldo é jogador também – não sei se é melhor do que o Acir – e já tá com 30 anos. Mas ainda sonha com em jogar no Corinthia ou Palmeira.

Um cara fortão levantou assim que nos aproximamos do Metrô Itaquera. Se secada matasse o cara caía duro ali mesmo, porque o Tião Pomba Gira não tirava o olho da bunda dele. Naquela hora o Tião ainda não sabia, mas ele morreu (ou se suicidou) embaixo das rodas de um taxista, como última prece um pedido de perdão pela culpa de ter causado um acidente parecido a um amigo meses antes.

Tudo bem, esses caras não poderiam estar todos juntos naquele  vagão. E realmente não estavam. São todos personagens do excelente Almas Públicas.

Mas também são as mesmas pessoas que voltam todos os dias para casa naquele metrô infernal, que se sentam ao meu lado no ônibus, que estão na fila da padaria pra pagar o cafézinho que serve de desjejum.

Marcello Quintanilha nos mostra que um gibi é muito mais do que um colant apertado e um “S” no peito. Seu Almas Públicas pulsa vivo em nossas mãos, possui uma realidade que transborda de suas páginas e invade nossas vidas, nos fazendo enxergar ali a nossa própria realidade.

Ler Quintanilha nos faz elevar os quadrinhos a um outro patamar, inclassificável, emocionante, sensível e trágico. Em cada rosto, em dp_22cada cômodo das apertadas casas, em cada situação extremamente banal, Marcello enxerga beleza e poesia.

Pouco importa se é o copo de pinga no balcão do boteco ou o gol perdido com o goleiro já vendido num campo pelado de grama, tudo é história nas mãos desse excepcional artista.

Marcello Quintanilha faz gibi como quem faz um bom Samba…

sábado, 23 de abril de 2011

Sambre: Olhos de Sangue

Couverture_bd_2723406415Tem cada coisa que acontece…
Véspera de feriado, dinheiro curto e muito trabalho pela frente.
E a besta faz o quê? Vai pra HQMix na quarta a noite…
Não tem jeito, nunca saio de lá com as mãos vazias. É simplesmente impossível. Bate papo com a Dani (esposa do Gual), dou uma fuçada numa estante, na outra, e o pensamento fixo em não gastar (muito).
Daí tropeço num canto obscuro daquele estranho universo que é a HQMix. Odeio quando tropeço em qualquer canto obscuro de qualquer lugar mágico, geralmente saio ferido (no bolso, é claro).
E dou de cara com Sambre – Olhos de Sangue , de Yslaire e Balac, numa bonita edição portuguesa da Witloof a um preço inacreditável (e continuará assim, inacreditável mas sem nenhuma cifra, já que minha esposa lê todas as minhas postagens e eu ainda tenho um pouco de juizo nessa brilhante careca).
Comprei achando que era uma história de vampiro.
Tinha toda a pinta: título bacana, ambientação no século XIX, clima sombrio, uma mina com os olhos vermelhos…
O fato é que não conhecia a história, nunca sequer havia ouvido falar. Mais do que ignorância, confesso ser um pecado.
Sambre é sombria mas nada poderia ser mais afastado do gênero horror do que essa excepcional história. Na verdade, Olhos de Sangue é uma história sobre uma família, sua queda, seus amores e seus inimigos.
A trama começa em 1848, com a morte do patriarca da família – Hugo Sambre. Consumido pela loucura, dedicou seus últimos anos em escrever um livro chamado “A Guerra dos Olhos”, nunca terminado. Lá, dizia o velho, estranhos seres de olhos vermelhos eram os maiores inimigos da humanidade e somente a força conjunta dos homens de olhos verdes, azuis e castanhos seria capaz de destruir a ameaça. E ia ainda mais longe: um dos “olhos vermelhos” seria responsável pela derrocada da família Sambre, numa sutil metáfora à situação conturbada na França daqueles anos.
Obviamente, ninguém acredita em tamanha sandice. A não ser sua filha.
É no funeral de Hugo que a trama principia. Um filho rebelde, uma filha crente na verdade de seu pai e uma viúva sem recato.
É lá, entre a amargura da jovem Sarah e a indiferença da víúva, que o revoltado Bernard conhece Julie, uma bela e jovem camponesa de olhos vermelhos…
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A partir daí temos uma sucessão de encontros e desencontros contados com uma beleza gráfica e uma destreza narrativa invejáveis. Um jogo de sedução, amor, loucura e ódio que culminará numa esperada – mas não menos surpreendente – tragédia.
Essa primeira história é de 1986 e teve mais quatro capítulos, além de alguns prequels (quando acharemos um termo adequado em português para isso?). Inexplicavelmente a série nunca foi publicada em terras brasileiras, as únicas edições que encontrei em minhas pesquisas são portuguesas e ainda assim esgotadas. O que é sem dúvida um pecado muito maior do que aquele cometido pela minha ignorância.
Na internet pode-se encontrar bastante material sobre a série, embora nem todas as matérias sejam elogiosas, sobretudo no que diz respeito ao 5º e último capítulo e ao estranho fato de Yslaire já ter redesenhado (?!) sua obra em pelo menos duas oportunidades. Mas todos dão como certo que esse é um dos maiores clássicos dos quadrinhos contemporâneos – o que deve ser realmente verdade, se tomarmos como parâmetros a verdadeira legião de fãs que a série possui e as dezenas de prêmios que coleciona.
O que posso dizer é que Olhos de Sambre_vol_4Sangue é uma das histórias mais bem contadas em que botei os olhos.
Ainda assim não acredito que nossos editores um dia publicarão esse material.
Como disse, odeio quando tropeço em qualquer canto obscuro de qualquer lugar mágico, geralmente saio ferido. Só que dessa vez não foi no bolso mas sim na certeza que dificilmente poderei concluir a leitura de uma série tão instigante.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sombras e Sonhos

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Trabalho na Praça da Sé. Você não precisa ser paulistano para ter ouvido falar dela. Ela é famosa, já foi palco de lutas pela democracia, de assassinatos, de shows… Tem uma catedral lindíssima, notória por sua arquitetura confusa e multiplural e exatamente por isso uma das mais belas do país.

Mas a Praça da Sé também tem coisas estranhas, que possuem um código próprio. São seus meninos banhando-se na fonte e assaltando os passantes, seus bêbados, seus ambulantes e até seus vigaristas.

E tem também as pessoas que moram por lá, dormindo debaixo de marquises ou nos bancos ao relento. E algumas delas são fascinantes.

Tem um cara que eu chamo de “Espanhol”. O chamo assim porque ele cismou que sou filho de um espanhol que ele conheceu quando ainda era guri, lá nos anos 40.

Vive me filando um cigarro, mas não me importo. Ele é uma figura e merece esse pequeno e desgraçado prazer.

E é louco de pedra também (mesmo), do tipo que não fala coisa com coisa. Daí outro dia, entre uma visão apocalíptica e outra, ele simplesmente pára, arranca uma margarida do canteiro e a coloca carinhosamente entre os cabelos de uma bebezinha que passava por ali com a mãe.

Fico imaginando o que fez um homem capaz de um gesto desses enlouquecer. Ou então se uma gentileza desse tamanho não é simplesmente mais um ato de loucura.

Que tipo de sombra seria tão forte a ponto de destruir os sonhos de um homem e tirar-lhe a razão?

Nunca saberei. Mas nesse fim de semana tive uma oportunidade para refletir sobre o assunto. E a fonte da reflexão veio de algo insuspeito e – obviamente – maravilhoso exatamente pela sua aparente insuspeição.

Três Sombras, de Cyril Pedrosa (Quadrinhos na Cia, R$ 39,50) é um gibi poderoso, como poucos nos últimos anos.

O francês de nome estranho para um francês também produziu uma história estranha pra um gibi.

O casal Louis e Lise vive tranquilamente com seu pequeno filho Joachim. Isolados no bosque, tocam tranquilamente suas vidas, repletas de pequenos prazeres, até que um dia avistam três sombras no alto da colina. Começa ali o pesadelo particular de cada um e uma luta desesperada pela vida.

Não há como não ficar curioso. É uma idéia atraente, cheia de possibilidades… Mas também com tudo pra ser um fracasso, se não fosse absolutamente genial.

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Como disse, a vida de Louis e Lise e de seu pequeno Joachim seguia tranquila até a aparição das sombras. Elas surgem sem aviso e não dizem a que vieram. E é nessa dúvida e em sua inevitável descoberta que toda a estrutura narrativa da história é montada. Contar mais que isso comprometeria de forma definitiva as surpresas reservadas ao leitor.

Mas sempre há um jeito de contar o que não deve ser contado e ainda assim manter intactas as surpresas. Aliás, é esse um dos melhores recursos narrativos utilizados por Pedrosa: suas pistas entregam a história antes do primeiro terço do gibi, mas tudo é tão bem contado que você não as percebe e é exatamente em suas descobertas que residem as maiores doses de emoção dessa encantadora fábula.

Três sombras é ambientada em uma época imprecisa. Algumas pistas indicam que a história se passa em algum ponto entre os séculos XVI e XVII, seja pela utilização de caravelas no transporte de passageiros (a maior contribuição náutica dos portugueses ao mundo), seja na já existência de armas de fogo portáteis (ambas invenções surgidas no século XV) ou ainda na estrutura das cidades, bem mais sofisticadas que os feudos medievais. Um lugar perfeito para despertar a imaginação do leitor e propício ao clima sobrenatural que Cyril imprime em sua fábula.

Pedrosa é um narrador habilidoso e parece saber disso. Ao situar sua história num período tão impreciso mas ainda assim reconhecível, a torna propriedade de qualquer povo ocidental, seja francês, português, italiano ou espanhol e – por extensão histórica e cultural – americano (de Américas, e não apenas a de nossos pretensiosos primos do norte).

Outra preciosa pista flutua nas águas que permeiam toda a narrativa. Elas possuem ligação intíma com as sombras do título e são alusivas às principais obras da literatura medieval e renascentista, de Gil Vicente a Dante, passando obrigatoriamente pelo emblemático Os Lusíadas.

Mas a maior e mais sutil delas reside em um diálogo entre Louis e o contramestre do navio que os transporta para longe das sombras. É ali que Cyril revela toda a beleza da trama, dando razão ao desesperado Louis ao mesmo tempo que lhe nega qualquer chance de sucesso.

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Pedrosa também não poupa habilidade na construção de seus personagens coadjuvantes: a velha mística, conhecedora dos caminhos entre a vida e a morte, o inescrupuloso mercador de escravos, a ofendida cigana e a desesperançosa negra algemada, o sórdido vendedor de bilhetes ou o traiçoeiro barão.

Nenhum deles está ali gratuitamente. Todos sofrem os efeitos de suas ações, mesmo que tal ação seja ter vivido demais – para o bem e para o mal. Até o cão da família possui seu papel, em mais uma entre tantas sutilezas.

Três Sombras é uma história sobre o valor da vida e sua finitude. Sobre o amor sem limites e sua cegueira. Três Sombras nos ensina que a vida pode ser irremediavelmente arruinada, mas também nos mostra como cada minuto de nossa breve existência é importante, em como o amor pode enlouquecer e de que forma a loucura pode ser curada através desse mesmo amor que desgraçou qualquer traço de racionalidade.

Três Sombras é uma poderosa alegoria sobre a vida, que nos faz refletir sobre qual caminho estamos tomando em busca de uma suposta felicidade que, no final das contas, pode nem estar onde achamos que esteja.

Cyril criou um clássico que será lido por muitas gerações.

E na Praça da Sé, uma mãe revoltada arranca violentamente uma flor dos cabelos negros de sua pequena filha. O Espanhol fica ali olhando, o cigarro pendendo da boca, sem entender bem porque uma flor tão bonita está no chão e não nos cabelos da criança.

No segundo seguinte volta às suas profecias apocalípticas.

A mulher não entendeu que a vida é feita de sombras e sonhos. O Espanhol, por sua vez, nunca esquecerá… 

quinta-feira, 7 de abril de 2011

“Qualquer dia é sexta-feira, qualquer hora é meia-noite”

Kripta020Nunca escondi minhas preferências. Quem acompanha o GR desde o começo sabe que meu gênero preferido sempre foi o terror. É só se lembrar da antiga imagem no topo do blog (uma capa rasgada da Kripta) ou prestar atenção na atual.

Já falei de Frankestein e declarei minha paixão sobre a magnífica produção da dupla Srbek & Colin, confidenciei quando ganhei minha primeira Calafrio, declarei abertamente minha satisfação com Máquinha Fantasma e – mesmo resenhando apenas aquilo que leio e gosto – não resisti e meti o pau no recente lançamento Marvel Terror.

E ainda pretendo falar do Necronauta do Danilo Beiruth e do impressionante Prontuário 666 do Samuel Casal, mas não agora.

Agora é um momento de celebração.

Cripta_Volume_1_capaSim meus senhores e senhoras, celebração. Ergam suas taças de groselha imitando sangue, coloquem suas dentaduras de vampiro compradas a dois real numa loja mequetrefe de brinquedos, estourem a pipoca e separem todos os DVDs do Romero e do Argento…

Finalmente, após quase um ano de atraso, saiu o primeiro volume da coleção “Eerie Archives”, ou, como foi carinhosamente batizada nestas terras brasileiras, simplesmente Cripta – volume I (Mythos Editora, R$ 49,00).

Não conhece a Cripta? E se eu escrevesse “Kripta”, soaria mais familiar?

Se a grafia com K não lhe despertou nenhuma lembrança, corra agora a uma banca e se prepare para o melhor investimento no gênero em anos. E se o nome lhe for familiar, por que raios ainda não desligou o computador e foi voando comprar seu exemplar?

A proposta da edição é bastante simples: trazer ao público brasileiro a recente compilação das histórias originais da revista Eerie, publicada pela Warren Publishing entre as décadas de 60 a 80 e recentemente relançadas pela Dark House.

Seria só mais um lançamento. Se Eerie não fosse considerada por muitos – ao lado de sua irmã Creepy (da mesma editora e apenas alguns meses mais velha) – como a melhor revista de terror de todos os tempos.

E não é para menos.

Quem acompanha os encadernados das séries históricas dos comics norte americanos já ouviu nomes como Steve Ditko (um dos criadores do Homem Aranha), Gene Colan (outro que fez fama na Marvel, inclusive com o cabeça de teia), Berni Wrigtson (aquele do Monstro do Pântano) ou Archie Goodwin (um dos criadores do selo Epic). ditko

Quem é fã de magia e aventura, com certeza já cruzou com alguma das centenas de belíssimas capas de Frank Frazzetta (inclusive do Conan e do Thor). Dê uma olhada na satânica gata aí do lado… Quem vê uma das mulheres de Frazzetta nunca mais a esquece.frank_frazetta_themoonmaid

Sua praia é ilustração e design? Então com certeza já ouviu falar de Richard Corben, um pioneiro na manipulação de imagens e precursor de tudo aquilo que hoje fazemos com dois cliques no phothoshop.

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Tá bom, você não curte nada disso, né? Seu negócio é animação. Então com certeza já assistiu clássicos como Herculóides, Johny Quest, Space Ghost… Pois é, um dos responsáveis por todos esses desenhos (e muitos outros da Hannah Barbera) chamava-se Alex Toth. Adivinha onde ele também desfilava seu genial traço?

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Isso sem falar de um sem número de artistas inagualáveis, que fizeram da Eerie e da Creepy publicações únicas, com histórias inovadoras e artes deslumbrantes.

Nesse primeiro volume, temos na íntegra as edições 01 a 05 da Eeerie. Embora essas primeiras edições, todas datadas de 1965, ainda não possuam a excepcional qualidade que a revista apresentaria alguns anos mais tarde, já temos um desfile de geniais histórias como Alma do Horror, Debaixo da Pele e Medo Corrosivo. Isso sem contar as capas originais de Frazzetta e o talento de Goodwin, Ditko, Colan, Toth, Joe Orlando…

I1No Brasil, parte desse material foi publicado na extinta revista Kripta, da RGE, entre os anos de 1976 e 1981. E, claro, deixou saudades.

Agora os fãs antigos podem matar a saudade. E para aqueles que nunca leram o material uma oportunidade imperdível: conhecer algo único na história dos quadrinhos mundiais, só comparável a lendária Heavy Metal.

Porque, como dizia a campanha publicitária já na década de 70, com Cripta (com C ou com K) qualquer dia é sexta feira, qualquer hora é meia noite…