Nunca escondi minhas preferências. Quem acompanha o GR desde o começo sabe que meu gênero preferido sempre foi o terror. É só se lembrar da antiga imagem no topo do blog (uma capa rasgada da Kripta) ou prestar atenção na atual.
Já falei de Frankestein e declarei minha paixão sobre a magnífica produção da dupla Srbek & Colin, confidenciei quando ganhei minha primeira Calafrio, declarei abertamente minha satisfação com Máquinha Fantasma e – mesmo resenhando apenas aquilo que leio e gosto – não resisti e meti o pau no recente lançamento Marvel Terror.
E ainda pretendo falar do Necronauta do Danilo Beiruth e do impressionante Prontuário 666 do Samuel Casal, mas não agora.
Agora é um momento de celebração.
Sim meus senhores e senhoras, celebração. Ergam suas taças de groselha imitando sangue, coloquem suas dentaduras de vampiro compradas a dois real numa loja mequetrefe de brinquedos, estourem a pipoca e separem todos os DVDs do Romero e do Argento…
Finalmente, após quase um ano de atraso, saiu o primeiro volume da coleção “Eerie Archives”, ou, como foi carinhosamente batizada nestas terras brasileiras, simplesmente Cripta – volume I (Mythos Editora, R$ 49,00).
Não conhece a Cripta? E se eu escrevesse “Kripta”, soaria mais familiar?
Se a grafia com K não lhe despertou nenhuma lembrança, corra agora a uma banca e se prepare para o melhor investimento no gênero em anos. E se o nome lhe for familiar, por que raios ainda não desligou o computador e foi voando comprar seu exemplar?
A proposta da edição é bastante simples: trazer ao público brasileiro a recente compilação das histórias originais da revista Eerie, publicada pela Warren Publishing entre as décadas de 60 a 80 e recentemente relançadas pela Dark House.
Seria só mais um lançamento. Se Eerie não fosse considerada por muitos – ao lado de sua irmã Creepy (da mesma editora e apenas alguns meses mais velha) – como a melhor revista de terror de todos os tempos.
E não é para menos.
Quem acompanha os encadernados das séries históricas dos comics norte americanos já ouviu nomes como Steve Ditko (um dos criadores do Homem Aranha), Gene Colan (outro que fez fama na Marvel, inclusive com o cabeça de teia), Berni Wrigtson (aquele do Monstro do Pântano) ou Archie Goodwin (um dos criadores do selo Epic).
Quem é fã de magia e aventura, com certeza já cruzou com alguma das centenas de belíssimas capas de Frank Frazzetta (inclusive do Conan e do Thor). Dê uma olhada na satânica gata aí do lado… Quem vê uma das mulheres de Frazzetta nunca mais a esquece.
Sua praia é ilustração e design? Então com certeza já ouviu falar de Richard Corben, um pioneiro na manipulação de imagens e precursor de tudo aquilo que hoje fazemos com dois cliques no phothoshop.
Tá bom, você não curte nada disso, né? Seu negócio é animação. Então com certeza já assistiu clássicos como Herculóides, Johny Quest, Space Ghost… Pois é, um dos responsáveis por todos esses desenhos (e muitos outros da Hannah Barbera) chamava-se Alex Toth. Adivinha onde ele também desfilava seu genial traço?
Isso sem falar de um sem número de artistas inagualáveis, que fizeram da Eerie e da Creepy publicações únicas, com histórias inovadoras e artes deslumbrantes.
Nesse primeiro volume, temos na íntegra as edições 01 a 05 da Eeerie. Embora essas primeiras edições, todas datadas de 1965, ainda não possuam a excepcional qualidade que a revista apresentaria alguns anos mais tarde, já temos um desfile de geniais histórias como Alma do Horror, Debaixo da Pele e Medo Corrosivo. Isso sem contar as capas originais de Frazzetta e o talento de Goodwin, Ditko, Colan, Toth, Joe Orlando…
No Brasil, parte desse material foi publicado na extinta revista Kripta, da RGE, entre os anos de 1976 e 1981. E, claro, deixou saudades.
Agora os fãs antigos podem matar a saudade. E para aqueles que nunca leram o material uma oportunidade imperdível: conhecer algo único na história dos quadrinhos mundiais, só comparável a lendária Heavy Metal.
Porque, como dizia a campanha publicitária já na década de 70, com Cripta (com C ou com K) qualquer dia é sexta feira, qualquer hora é meia noite…
Edição pra cão-chupando-manga nenhum botar defeito! :D
ResponderExcluirFarei questão de comprar; admito essa falha na minha educação enquanto amante da nona arte: não li nada de terror. Apenas recentemente bateu a idéia de que também preciso conhecer esse lado aureo das hqs.
E Prontuário 666 é genial!
Lillo;
ResponderExcluirJá tava com vontade de comprar esta belezura, seu texto deu o empurrão que faltava!
Assim que estiver com meu exemplar em mão, comprarei o suco de groselha e a pipoca pra me deleitar com a leitura.
[]'s,
Sergio Barretto
Adalton,
ResponderExcluirCompre, pois é um prazer a leitura de Cripta. Trata-se de história da nona arte, de um capítulo memorável. E como assim falha? Meu velho, na hora que você corrigir essa falha vai se apaixonar pelo tema.
Quer uma sugestão? Rode os sebos de Salvador e garimpe as edições de Calafrio, Kripta e Sobrenatural. Não vai se arrepender!
Abração!
Cara, explique direito esse negócio de empurrão pra patroa! Não quero ninguém me acusando de desencaminhar um bom moço de familia como você! Mas compre! Não tenha dúvidas! Vai por mim, vale a pena.
ResponderExcluirGrande abraço, irmão!
Tb preciso conhecer os quadrinhos de terror. Vou procurar. Sabe quantos volumes serão?
ResponderExcluirEsse é um ponto complicado Paulo. A Dark House está publicando o volume 6, que traz as histórias das edições 28 a 31. A Eerie original terminou no nº139, em 1983. Na média de 05 edições por volume teríamos aí 28 volumes! Acho muito difícil tudo isso sair no Brasil. Mas vamos ficar na torcida!
ResponderExcluirGrande abraço e apareça sempre que quiser.
Eu li algumas edições de kripta na infância e adolescência. Algumas histórias chegavam a me dar medo mesmo. Eu me lembro de uma história de terror que ficou na minha mente, embora eu não me lembre se a li na Kripta ou em outra revista. Chamava-se o bebê assassino. A que eu li foi o bebê assassino II. Talvez você já tenha lido Lilo.É bem melhor do que muito filminho de terror por aí.
ResponderExcluirOlá Wesley!
ResponderExcluirMeu velho, não me recordo dessa história em específico, embora me recorde de algumas envolvendo bebês demoniacos. Vou procurar na minha coleção (faltam só uns 20 números). Se for em outra, uma hora acabando cruzando com ela, afinal coleciono praticamente tudo o que saiu no gênero entre o final dos 70 e inicio dos 80.
Se achar eu te conto. E você tem razão, aliás, muitas histórias de terror tem mais conteúdo que a maior parte dos filmes produzidos ultimamente.
Grande abraço!
Bem eu tenho a coleção completa de Calafrios e Mestres do Terror e sou um apreciador do gênero também. Já tive muita coisa da Vecchi como Spketro, Sobrenatural, Pesadelo, mas o virus da loucura me fez desfazer dessas preciosidades faz muito tempo. Quanto a Kripta, não cheguei a ler a mesma, mas para corrigir essa falha, já estou com a minha Cripta lançada pela Mythos e estou lendo 04 histórias por noite para apreciar com calma essas obras primas.O encadernado da Mythos vale cada centavo, e a capa de Frank Frazzetta é espetacular.
ResponderExcluirMarcilio!
ResponderExcluirQue inveja! Corro atrás ainda de alguns exemplares! Na Calafrio faltam 6 e na MT uns 12! E deusmelivre! Chega perto de mim não, vai que esse virus é contagioso... E meu velho, saboreie cada momento dessa leitura porque realmente vale a pena. Um grande abraço e apareça sempre que quiser.
Pois é Lillo, Calafrio e Mestres do Terror eu comprei em bancas todos os números e foi sem dúvida uma época maravilhosa. Nunca me esqueci quando eu com 12 ou 13 anos no máximo, fui a banca e encontrei a edição número 01 de Calafrio com aquela velha com metade do rosto sem a pele e atrás um monte de ratos. fantástica. Sei que a Eerie é magnifica, mas as nossas Calafrio e Mestres, com os estupendos Mozart Couto, Rodval Matias, Colonense, Rodolfo Zalla, Jaime Cortez, Flávio Colim, Nico Rosso e tantos outros que desfilaram durante 10 anos nas páginas tenebrosas das revistas, mereciam com certeza encadernados de todo esse material. Lillo espero que vc tenha aquela obra da Opera Gráfica, relembrando os bons momentos de Calafrio, pois matou um pouco a saudade das mesmas. Abraços e parabéns por esse maravilhoso blog.
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